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Ele ficou para o final, mas é importantíssimo: Leandro Lefa faz um dos principais personagens de Kassandra, um bizarro vizinho sem nome que representa uma ameaça à protagonista. No entanto, foi o último ator escalado para o filme.
De acordo com o diretor Ulisses Costa, a dificuldade estava em encontrar alguém que se diferenciasse fisicamente dos outros homens do elenco. "Roger Monteiro, o roteirista, tinha uma ideia de alguém mais velho e possivelmente mais corpulento", lembra ele. "Mas eu tinha medo que se confundisse com a imagem do Homem Grande".
Ulisses escolheu Leandro Lefa por também ser conhecido de longa data. Ele foi um dos atores de O Gritador, primeiro curta do diretor. A promessa de trabalharem novamente permaneceu e mais de um projeto foi pensado para reatar a parceria, mas nenhum foi para a frente. Pesou o fato também de Lefa já ter experiência no cinema de terror -- participou do quase lendário Porto dos Mortos, um filme de zumbi rodado em Porto Alegre e que permanece inédito no circuito comercial.
A caracterização do personagem precisava ser muito específica. Apesar da agenda apertada do ator, ele conseguia mandar fotos por e-mail para a equipe, dando ideias de figurino, maquiagem, expressão facial e corporal (como na foto abaixo). "Apesar de não termos tido tempo para ensaiar como fizemos com a Renata, por exemplo, a dedicação do Lefa foi essencial para que o personagem estivesse pronto quando precisássemos dele no set", conta o diretor.
Teste de figurino e maquiagem feito pelo próprio ator e mandado por celular para a equipe. |
"Mérito do Uli: com inteligência e sensibilidade, ele sabe dizer exatamente o que quer construir e a coisa flui", diz o ator por sua vez. "A partir do roteiro, bastaram um café e 3 minutos de exercício de improvisação pra eu me sentir plenamente seguro e a vontade com meu personagem e com toda a equipe, sobretudo o restante do elenco".
Café? Sim: nas primeiras cenas em que participou, Lefa precisava parecer imundo. A diretora de arte Ana Gusson sugeriu que uma camiseta tipo regata fosse suja com café, para deixar uma aparência molambenta na fotografia em preto-e-branco. No fim das contas, o ator ficou usando a roupa úmida e com forte cheiro de café por várias horas, o que rendeu dúzias de piadas por parte de Renata Stein.
Sobre trabalhar em mais um filme de terror, Leandro comenta: "busquei criar um cara sem profundidade, impulsionado pelo sexo e que acha divertido ser nojento e causar repulsa. Interessante que em Porto dos Mortos também fiz um cara intelectualmente limitado e que por isso não sabe se portar como indivíduo, mas são personagens completamente distintos".
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