Paciente: Sexo feminino. Vinte anos.
Estresse pós-traumático. Alucinações visuais.
Avistamentos de um vulto, o "homem grande".
Cartas de tarô, de origem desconhecida.
Muda.
Mora só.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Kassandra em Caxias do Sul!


Kassandra continua com suas andanças por aí. Agora é a vez da cidade de Caxias do Sul receber a menina muda de cabelos longos.

O curta fará parte da mostra III Pesadelo Coletivo na próxima Sexta-Feira 13, agora em dezembro. O local da sessão é na sala Ulysses Geremia, no Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Kassandra será exibido junto com dois longas: a produção franco-italiana Os Olhos Sem Rosto, de Georges Franju (1960), e o japonês Audição, de Takashi Miike (1999). 

O tema desta edição do Pesadelo Coletivo é "Elas", ou seja: filmes de terror protagonizados por mulheres. Conforme um dos organizadores, Conrado Heoli, a ideia surgiu quando ele viu Kassandra no Festival de Gramado. Os demais filmes foram escolhidos a partir do curta, para compor uma temática única (o que nos dá ainda mais satisfação, além de ser uma grande honra).

A sessão começará às 23h55 de sexta, 13 de dezembro, e os ingressos podem ser adquiridos na Kollector Colecionáveis, Do Arco da Velha Livraria e no Centro de Cultura Ordovás. Mais detalhes sobre o evento podem ser vistos aqui

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Kassandra no Festival de Havana!


Nossa garota está cruzando as fronteiras do Brasil! Kassandra vai participar do 35o Festival Internacional del Nuevo Cine Latino-Americano, que acontece em Havana, Cuba, entre os dias 5 e 15 de dezembro de 2013. 

O curta será exibido na mostra paralela Desde Otros Festivales, junto com os demais premiados na Mostra Gaúcha do 41o Festival de Gramado. A parceria entre os dois gigantes começou em 2012 e proporciona que os curtas premiados em um sejam exibidos no outro (lembrando que Kassandra recebeu o prêmio de melhor fotografia para Pablo Chasseraux). A sessão acontece dia 8 de dezembro.



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Kassandra+A Princesa lota Cine do Santander Cultural


No último sábado, dia 16, a sessão dupla dos curtas A Princesa e Kassandra lotou o Cine do Santander Cultural (acima). Em quinze minutos, as cerca de 90 senhas tinham esgotado e infelizmente muita gente ficou de fora. Contudo, essa movimentação mostra que há interesse em produções gaúchas que saiam do comum e mostrem novas propostas de diálogo com o público. O evento fazia parte da programação oficial da 59a Feira do Livro de Porto Alegre.

Após os filmes, foi feito um debate com Rafael Duarte e Taísa Ennes Marques (diretores e roteiristas de A Princesa), a historiadora Kate Schneider, Ulisses da Motta Costa e Roger Monteiro (respectivamente, diretor e roteirista de Kassandra). Foram destacadas questões de gênero e da posição da mulher na cultura contemporânea, mas também elementos cinematográficos, em especial o acabamento técnico e estético das duas obras. Suas aproximações temáticas e de realização foram igualmente destacadas. 


Da esq para a direita: Rafael Duarte,Taísa Ennes Marques, Kate Schneider,
a mediadora do debate, Ulisses da Motta Costa e Roger Monteiro
Na plateia também havia críticos de cinema, que em seus perfis do Facebook traçaram comentários sobre Kassandra e A Princesa. Sabia as impressões deles:

Yuri Correa (do Classe de Cinema): Quem tiver a oportunidade, recomendo que vejam estas duas produções gaúchas (...). Tecnicamente impecáveis, narrativamente cativantes e tematicamente profundos, os seus filmes foram dirigidos com segurança e obviamente com muito carinho.

Thomás Rodrigues Boeira (do Brazilian Movie Guy): Uma sessão dupla interessante, com obras que dialogam bem uma com a outra. Parabéns aos realizadores.

[Atualização]: o crítico João Colombo escreveu uma resenha bem completa sobre os dois filmes para o site Cinema Sem Frescura. Diz ele sobre ambos: "quando possível, assista a estes ícones do cinema gaúcho, exemplos do potencial que temos para o país". De bom tamanho, não? Leia o texto completo aqui.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Kassandra na Feira do Livro em Porto Alegre!


Kassandra agora vai à capital! 

Neste sábado, dia 16 de novembro, o Cinema do Santander Cultural (Praça da Alfândega, Porto Alegre) vai realizar uma sessão dupla com os curtas Kassandra e A Princesa, seguida com um debate. Começa às 19 horas e a entrada é franca. O evento faz parte da programação do Santander Cultural para a 59a. Feira do Livro de Porto Alegre.

Ambos os curtas foram premiados na Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado (Kassandra com Melhor Fotografia para Pablo Chasseraux, e A Princesa com Melhor Atriz para Aline Jones). Debatem os filmes o diretor Ulisses da Motta Costa e o roteirista Roger Monteiro (Kassandra), os diretores e roteiristas Taísa Ennes Marques e Rafael Duarte (A Princesa) e a historiadora Kate Schneider, falando sobre as questões de gênero que as duas histórias suscitam. A mediação do debate será da cineasta Iuli Gerbase.

Para quem não conhece A Princesa, este é o trailer:



(E para quem conhece Kassandra, rever o trailer nunca é demais):


O QUÊ: Sessão dupla de Kassandra e A Princesa em Porto Alegre
ONDE: Cinema do Santander Cultural - Praça da Alfândega - Centro Histórico - Porto Alegre
QUANDO: 16 de novembro, sábado, às 19 horas.
ENTRADA FRANCA.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Kassandra no Halloween em São Leopoldo!



Mora em São Leopoldo e não sabe o que fazer no Dia das Bruxas? Venha conhecer Kassandra, então! O filme vai ter sua primeira sessão aberta ao público na cidade onde foi produzido.

A sessão vai acontecer em clima de Halloween! 

O QUÊ: Estreia do curta KASSANDRA em São Leopoldo
ONDE: Teatro Municipal de São Leopoldo 
Centro Cultural José Pedro Boessio - R. Osvaldo Aranha, 934
QUANDO: 31 de Outubro, às 20 horas, Dia das Bruxas!
ENTRADA FRANCA

[Atualização]: Agradecemos às cerca de 140 pessoas que foram em plena quinta-feira prestigiar nossa estreia leopoldense! O clima da sessão estava o máximo e o público entrou de cabeça no filme. Valeu, gente!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Kassandra entrega contrapartida do Fundo Municipal de Cultura


Na terça-feira dia 10 de setembro, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo lançou novo edital do Fundo Municipal de Cultura. Na ocasião, aconteceu a entrega de alguns dos produtos resultantes da edição anterior do FMC (em 2011), no qual Kassandra foi o projeto mais bem pontuado.

A equipe de Kassandra foi representada por Daniel Coutinho, sócio-proprietário da Ampli Produtora (proponente do projeto) e por Ramona Barcellos, nossa diretora de produção. Foram entregues ao prefeito Anibal Moacyr (foto acima) um DVD e um cartaz do curta.

Entre as contrapartidas oferecidas pelo projeto ao poder público e à comunidade leopoldese, estão a realização de duas oficinas, a entrega de 20 DVDs e uma sessão aberta ao público, que deve acontecer em novembro.

As inscrições para projetos no Fundo Municipal de Cultura acontecem até 24 de outubro. Abaixo, os representantes de Kassandra e dos projetos Música de Imaginar, Poesia (En) Canto e CD comemorativo da banda Bleff no gabinete do prefeito.


domingo, 18 de agosto de 2013

Impressões da crítica sobre Kassandra

Graças a participação na Mostra Gaúcha do Festival de Gramado, Kassandra também está recebendo seus primeiros reviews de críticos de cinema. Por enquanto, as impressões têm sido muito positivas!

Segue o que disseram alguns profissionais em textos publicados em portais de cinema (grifos nossos): 


Júlia Manzano, do Fila K: "Kassandra flerta com o terror psicológico. Tecnicamente impecável e filmado em preto e branco, a história da muda Kassandra é um mistério. Mora sozinha e precisa de psiquiatras por motivos que ninguém conhece. Ela vê uma entidade: o Homem Grande, que teme, mas parece te-la acompanhado durante a sua vida toda. Ao mesmo tempo em que ela é inocente e infantil, usa uma camisola que ocasionalmente mostra seus ombros e suas pernas, despertando o interesse do vizinho ao lado. A sexualidade de Kassandra não é reprimida, mas é apagada. Não é algo que faça parte de sua vivência cotidiana, transparecendo de uma forma sutil.

O curta de Ulisses da Motta Costa é um lindo exemplar do gênero, com uma arte bastante caprichada e longos planos que mostram a vulnerabilidade de Kassandra ao mesmo tempo que deixam sua solidão aflorar, e fazem merecido o prêmio de melhor fotografia". 


Renato Cabral, do Papo de Cinema: "Encerrando esse primeiro dia, o curta de São Leopoldo, Kassandra, nos coloca frente à sua personagem-título. Uma garota com problemas psiquiátricos que tem de lidar com os seus traumas do passado. Muito bem aprofundado, montado e com referências bem diluídas (lembrando até mesmo Repulsa ao Sexo, 1965, de Roman Polanski, em alguns momentos). Como saldo, o primeiro dia da mostra competitiva de curtas gaúchos nos dá uma prévia da pluralidade do que é produzido em nosso estado com a descentralização definitiva de Porto Alegre como um polo cinematográfico. Agora, cidades como Pelotas, Caxias do Sul, São Leopoldo e até mesmo Capivari do Sul".

Conrado Heoli, também do Papo de Cinema"Kassandra, de Ulisses da Motta Costa, um dos mais originais e bem produzidos curtas apresentados, teve que se contentar com o troféu de melhor fotografia para Pablo Chasseraux".


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Melhor Fotografia na Mostra Gaúcha do Festival de Gramado!




Kassandra começou bem sua carreira em festivais! No domingo à noite, dia 11 de agosto, o filme ganhou Melhor Fotografia (acima) na cerimônia de entrega do Prêmio Assembleia Legislativa -- reconhecimento que recebem os melhores trabalhos da Mostra Gaúcha de Curtas-Metragens do Festival de Gramado.

O troféu foi entregue à equipe do filme que estava presente -- Pablo Chasseraux, o diretor de fotografia de Kassandra (foto abaixo, no set), não pôde estar na premiação. Mas o reconhecimento do trabalho é um ótimo início para o curta: é o primeiro festival e o primeiro prêmio.

Pablo é um requisitado diretor de fotografia de comerciais e sérias de TV (incluindo Gre-Nal é Gre-Nal e Filé de Borboleta, ambos da RBS TV). Mais sobre o trabalho dele pode ser visto aqui.



Parabéns ao Pablo pelo lindo trabalho! E também a todos os envolvidos na foto da filme: Marcelo Santos (assistente de camêra), Victor Fiúza (fotografia adicional) e Lígia Tiemi Sumi (finalização de imagem e cor). 

Precisamos fazer uma menção especial ao chefe de elétrica Jô Fontana. Um dos momentos mais belos do filme -- o abajur que lança sombras e luzes sobre as paredes da sala de Kassandra -- tem sua participação direta. De improviso, ele recortou um papelão com o mesmo padrão do abajur. Esse papelão era girado em torno de um dos refletores, produzindo um efeito belíssimo.

Quer ter uma ideia de como é a foto de Kassandra? Veja o trailer do filme aqui!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Supercut com todos os concorrentes da Mostra Gaúcha de Gramado

O vídeo que segue tem imagens de todos os 18 curtas que compõem a Mostra Gaúcha do Festival de Gramado, que acontece neste fim de semana, dias 10 e 11 de agosto, a partir das 14 horas, no Palácio dos Festivais -- com entrada franca.

Kassandra será exibido no sábado. Aproveite o fim de semana para subir a Serra e ver a nova produção cinematográfica do Rio Grande do Sul. Vai ver coisas impressionantes, das quais o vídeo dá um aperitivo...


Entrevista: Roberto Coutinho, Leandro Lefa e o som em Kassandra


Hora da dupla que fez o áudio de um filme quase mudo se manifestar. Roberto Coutinho (que também é produtor executivo) e Leandro Lefa (que também é ator) acumularam suas funções originais em Kassandra com a edição e mixagem do som.

Parece simples? Não quando 99% do filme teve seu áudio inteiramente criado em estúdio. Confira a entrevista!

Kassandra é um filme quase sem diálogos, baseado no visual. Como fica o papel do som num projeto assim? Vocês utilizaram som direto e depois recriaram elementos sonoros em estúdio? Comentem um pouco o processo do som de maneira geral.

Roberto Coutinho: No momento em que a narrativa não é conduzida pelo diálogo, o som ganha uma importância maior ainda. Cada elemento sonoro teve que ser pensado e discutido detalhadamente para ajudar o espectador no processo de imersão no universo de Kassandra. Como a protagonista transita entre o mundo real e o criado em sua mente, os sons não tem uma morfologia estanque. Alguns elementos se repetem nestes dois mundos, como objetos caindo ou portas batendo, por exemplo. Mas de uma forma onírica, estes sons se baseiam no mundo físico, sofrendo ligeiras distorções criadas pela mente. E isto os torna estranhos, desconfortáveis e até assustadores! 

Acredito que o maior desafio aqui foi recriar estes elementos sonoros com leves distorções psicoacústicas, convidando o espectador a experimentar a confusão de um desligamento parcial do mundo físico, perdendo-se entre o ambiente captado pelos sentidos e aquele criado pela imaginação.

Leandro Lefa: Como o filme não é conduzido por texto, por falas, as imagens - visuais e sonoras - assumem o primeiro plano da atenção do espectador. Com isso em mente, criamos praticamente todo o som do filme em estúdio. Como os sons são gravados individualmente (passos, respirações, cada objeto...), podemos dar a cada um deles uma característica que funcione no sentido criar o universo dos personagens. Esse objetivo ainda é potencializado pela liberdade total de mixar esses sons na proporção necessária. Assim pudemos criar momentos muito silenciosos de Kassandra, sozinha em seu grande apartamento, e momentos de sons abruptos, ríspidos, que invadem a tranquilidade da personagem - para exemplificar com um dos elementos propostos por Ulisses. Acredito que isso, a música e a montagem de vídeo fazem o filme fluir muito bem.

Leandro, você atuou e recebeu o convite para trabalhar no som depois. Você já tinha acumulado estas duas funções em outros trabalhos, certo? Qual a diferença que você vê em Kassandra em relação a estes projetos, nestas duas áreas?

Lefa: Já fiz isso outras vezes, como no longa Porto dos Mortos ou na websérie Desconectados, mas em Kassandra minha participação no som teve uma proporção maior. Eu sou artista de foley e editor de som, mas estive presente na mixagem do Roberto. Ele, claro, esteve presente em tudo no som e trabalhamos colaborando muito um com o outro o tempo todo. E acho que foi a primeira vez que atuei sem saber que ia trabalhar no som do filme.

O que vocês usaram de inusitado para criar sons no estúdio (os chamados foleys) durante a pós-produção do curta?

Lefa: Ruídos de sala ou foley (nome em inglês, em uma homenagem ao seu criador, Jack Foley), são sons gravados em estúdio e adicionados à banda sonora do filme na pós-produção. Em Kassandra, algumas das poucas falas vêm do som direto. Os demais sons são criados no estúdio.

A maioria deles é feita de maneira bem óbvia. Passos por exemplo: são passos. E o telefone tocando é um telefone tocando.

Mas alguns dos óbvios são divertidos: uma pessoa despencando em cima de um sofá, é uma pessoa despencando em cima de um sofá.

Tem alguns curiosos: o som do passarinho batendo asas na gaiola, é o som de feixes de elástico sendo agitados. Já as patas no poleiro, são baquetas do tipo vassourinha, de nylon, tocando outras baquetas, convencionais. 

Mas com certeza o mais engraçado é o som da brisa que entra pela porta do apartamento: somos eu e o Chico Pereira, compositor da trilha musical, fazendo um “dueto vocal” de som de vento. A execução é no mínimo cômica, mas embora seja usado com muita sutileza, o resultado é muito eficiente. 

Roberto, você também trabalhou com Chico Pereira na trilha sonora. Qual a importância de ter feito essa ponte direta entre o trabalho do som e o da música?

Roberto: É sempre muito prazeroso trabalhar com o Chico na trilha sonora. Ele consegue fazer a leitura dos conceitos no filme e criar um universo musical que complementa muito bem a narrativa. Uma qualidade que vejo em sua composição é que ele não fica na região de conforto do instrumento que domina, no caso a guitarra, ou dos estilos musicais que conhece mais profundamente. A cada novo trabalho, começamos fazendo uma pesquisa de instrumentos, timbres e estilos mais adequados. Depois, o Chico compõe os temas e então trabalhamos em cima disto para criar a música. 

Explique para nós o que é music sound design.

Music sound design é um termo contemporâneo que descende de um conceito antigo. A ideia básica do sound design é criar ou "desenhar" sonoridades novas através sons criados eletronicamente ou utilizando objetos reais de forma não convencional. Isto sempre foi muito explorado no cinema, principalmente em filmes de ficção científica, onde se inventa um som que não existe, como de uma arma laser ou um disco voador, por exemplo. 

Nos últimos anos, com a onipresença da tecnologia digital na produção musical, o conceito de sound design se ampliou e entranhou-se na música também. O uso de instrumentos eletrônicos nos anos 60 e 70 evoluiu para a música contemporânea, permitindo utilizar todo e qualquer som, produzido pelo mais diferente processo imaginável e amparado pela tecnologia digital. Estes timbres são "desenhados" a partir de elementos diversos, como sintetizadores ou sons orgânicos manipulados. Music Sound Design é o nome dado a este trabalho de criar timbres e efeitos sonoros para utilização como matéria-prima em uma composição musical.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ouça a trilha sonora de Kassandra!

O compositor Chico Pereira disponibilizou no seu Soundcloud boa parte das músicas que ele escreveu para Kassandra.

Os temas disponibilizados são dos principais momentos musicais do filme, incluindo o belo tema principal da personagem. Sugestão do compositor: ouvir com as luzes apagas, num lugar silencioso, com fones de ouvido para captar todos os detalhes.

Ouça abaixo cada uma das faixas (na ordem que aparecem no filme):








Ficha técnica da trilha sonora:

Chico Pereira - Arranjos, Sintetizadores, Music Sound Design, Percussão
Roberto Coutinho - Arranjos Adicionais, Sintetizadores, Music Sound Design
Mariele Giovanaz - Voz
Isadora Raymundo - Violino

Composição: Chico Pereira
Engenharia de Som e Mixagem: Roberto Coutinho
Gravado em Ampli Studio - janeiro e fevereiro de 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

Kassandra é selecionado para o Festival de Gramado


Hoje pela manhã (dia 2 de junho), a organização do 41o Festival de Cinema de Gramado anunciou durante entrevista coletiva os concorrentes desta edição do evento.

E Kassandra está entre os 18 curtas selecionados para a Mostra Gaúcha! Portanto, nossa equipe e elenco subirá a Serra entre os dias 9 e 17 de agosto para participar do Festival.

Gramado foi o primeiro festival para o qual Kassandra foi inscrito. Nossa primeira tentativa já ter gerado frutos é imensamente gratificante.

Veja aqui a matéria na versão online do jornal Zero Hora com todos os concorrentes.

Kassandra foi rodado em Porto Alegre e São Leopoldo durante o ano de 2012 e foi finalizado recentemente. O filme é uma produção Ampli Produtora em associação com Atama Filmes e Galo de Briga Filmes, com patrocínio do Fundo Municipal de Cultura da Secretaria de Cultura de São Leopoldo e apoio de Supper Rissul, Apema e Buccadisantantonio. Os recursos foram complementados via financiamento coletivo.

Assistam ao trailer de Kassandra:


Kassandra é um filme de:

Alfredo Barros .........................Montagem
Ana Gusson .............................Direção de Arte
Chico Pereira ...........................Música
Daniel Coutinho .......................Publicidade
Giulia De Cesero ......................Figurino - Maquiagem
Isabela Boessio ........................Figurino - Maquiagem
Jackson Ritter ..........................Maquiagem especial - Produção de Set
Leandro Lefa .........................."Vizinho" - Som
Lígia Tiemi Sumi .......................Finalização de Imagem e Cor
Luis Franke ............................."Homem Grande"
Marina Cardozo .......................2a. Assistente de Direção
Maico Silveira ........................."Terapeuta"
Pablo Chasseraux ....................Direção de Fotografia
Ramona Barcellos ....................Produção
Renata Stein ..........................."Kassandra"
Roberto Coutinho ....................Produção Executiva - Som
Roger Monteiro .......................Roteiro
Suzana Witt ............................."Prostituta"
Ulisses da Motta Costa ............Direção - Argumento
Victor Fiúza .............................Assistente de Direção 



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Entrevista: Renata Stein, Kassandra em pessoa



Enfim, a entrevista com a atriz que deu vida para Kassandra, Renata Stein. Este é o primeiro curta da jovem atriz (antes, ela tinha feito um clipe e o piloto de uma websérie). Apesar da pouca idade experiência e idade (tinha19 quando começou a ensaiar para Kassandra), Renata carrega o espectador para dentro do filme.

O que mais te impressionou no filme? O conceito, o roteiro, a produção, a direção, a fotografia?

Pergunta difícil essa. Posso só dizer que me apaixonei por fazer parte do curta-metragem e da equipe de Kassandra?


Mas pelo quê você se apaixonou no projeto?

Pela dedicação e alegria da equipe de produção, pela parceria e a organização da direção, pela magia que é a fotografia preto e branco, que deixa tudo tão bonito, por poder dar vida a um roteiro tão cheio de mistérios e experienciar a personagem Kassandra.

O diretor Ulisses da Motta Costa disse que você foi a primeira pessoa que ele convidou para o filme. O que você achou de ser a protagonista de um filme de terror?


Achei irônico, muito irônico. Quando estava a sós com meus pensamentos eu sempre pensava que, como atriz, uma das coisas que eu não iria querer fazer era atuar em um filme de terror. E lá veio o Ulisses com a proposta do filme. Sou uma pessoa bem medrosa para certas coisas, não achei divertida a proposta. Só aceitei por três motivos: era o Ulisses dirigindo, a equipe e o elenco eu sabia que iriam ser muito bacanas e porque eu gosto muito de atuar.

Kassandra é um papel denso e bastante complexo, com várias camadas. Onde você buscou inspiração para compor a personagem, com todas as diferentes reações que ela precisava mostrar?


Eu não diria inspiração não, porque inspiração me remete a algo divino. Eu diria que foram muitos encontros, discussões, ensaios no apartamento onde seria o set e trabalho em grupo. Foi o trabalho durante alguns bons dias que me ajudou a conseguir criar Kassandra. Foi a minha confiança na equipe e a confiança da equipe em mim. E eu ainda acho que ela não foi criada 100%. Depois das gravações fico pensando o quanto ainda eu poderia ter feito. Não é inspiração não, é trabalho e entrega total antes e depois do “ação”.

O que foi mais difícil na hora de atuar? Foi o fato de que a personagem é muda e, portanto você não tinha o suporte da voz para poder atuar?


Sei que essa parece ser a parte mais difícil, mas eu sempre gostei da ideia de ter que atuar com a potência total no corpo e nos olhos. É claro, isso é difícil, mas é maravilhoso, ainda mais porque a câmera pode capturar os mínimos detalhes. E falar, acreditem, é bem complicado também. O mais difícil foi a solidão do set entre as mudanças de planos. Cada pessoa da equipe está focada em sua função para que tudo ocorra bem, e como na maioria das vezes eu era a única atriz, me sentia um pouco sozinha. Toda a vez que o Ulisses falava “corta” e todos começavam a se organizar para o outro plano, eu tinha que tentar me manter o mais concentrada possível para não perder o corpo, o olhar, a atmosfera que tinha se criado. Ah, é bem difícil.

Você passou por um processo de preparação bastante intenso para os moldes um curta-metragem, com exercícios, leitura de roteiro, material de referência para ler e ouvir. O quanto estas atividades ajudaram você? Alguns exercícios vocês repetiam no set, certo?


Estes exercícios foram essenciais. Poder trocar com a equipe, com o elenco, é muito produtivo e me deixou mais segura e a vontade para ir descobrindo “as camadas de Kassandra”, e de toda a sua história. Sim, nos dias das gravações repetimos os exercícios físicos por serem exercícios que dão voz ao corpo, já que era essa a parte que precisava ser muito forte na atuação para fazer Kassandra.

Que tipos de exercício vocês fizeram para ajudar na concepção do personagem? Você não podia falar durante estas atividades, certo? Como foi essa sensação?

Nós tivemos vários momentos, como reunião com todo o elenco conversando sobre a história de Kassandra, ouvindo a opnião dos atores e o diretor nos dando alguns materiais de referência para leitura ou para assistir. Outro momento foi a leitura do roteiro e mais conversas, onde o diretor me interrogou sobre algumas questões como do que eu tinha medo, o que me dava nojo, entre outras. A partir daí, passamos para a parte prática de exercíos para cliar a atmosfera de medo de Kassandra. Trabalhamos eu e o Maico com exercícios em que ele tentava me tocar e eu tinha que repelir e fugir, e outro que ficávamos percorrendo com o nosso corpo os espaços vazios do colega. Para mim, o primeiro foi bem bom e surgiram efeitos importantes para a concepção de cena e dos personagens. Outro exercício, que foi feito só comigo, e que foi importante, apesar de me deixar muito nervosa, foi lidar com o desconhecido, que para mim no caso era o escuro. Eu ficava deitada no sofa no escuro com as costas vulneráveis, o diretor falava e fazia ruídos e às vezes, o que era pior, simplesmente deixava que o silêncio me consumisse e me deixasse totalmente nervosa. É, eu tenho medo do escuro, hehehe.

Não falar era extremamente ruim, porque muitas vezes surgiam situações em que eu queria falar para não ter medo, gritar, xingar, e sabia que eu tinha que ficar quieta para experimentar essa sensação e não sair do jogo para a construção de uma personagem muda. Com certeza, não falar me incomodou muito nos ensaios e principalmente nas cenas que me deixavam assustada. Apesar de ter tido uma consequência boa, que foi anotar quase tudo que eu pensava ou sentia.



Kassandra conseguiu parte dos seus recursos através de financiamento coletivo. Você acompanhou o processo da campanha? Qual foi a sensação a ver que vocês tinham atingido a meta?


Desde que lançamos no site Catarse o nosso vídeo já deixei na barra de favoritos o link e diariamente eu olhava para ver como estava indo, e fui divulgando para algumas pessoas. Porém, na última semana eu comecei a me dar conta que não estávamos progredindo muito bem, então comecei a mandar e-mail para a minha família, amigos, amigos da família e pedindo para divulgarem para quem pudesse. E campanha no facebook direto também, é claro. Mandava mensagens para o Ulisses, feliz com o progresso dos últimos dias e, ao mesmo tempo, com medo de que não iríamos conseguir. Era frustrante pensar que poderia não dar certo. A sensação de atingir a meta foi quase igual a procurar seu nome no listão do vestibular e ver que esta lá. É muito bom.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Veja o trailer de KASSANDRA!


Agora que o filme está finalizado, é hora de conferir o trailer oficial do nosso curta! 

O trailer foi montado por Maurício Lopes Krahn, usando cenas finalizadas e a música composta para o filme.


KASSANDRA é uma produção Ampli Produtora em associação com Atama Filmes e Galo de Briga Filmes, com patrocínio do Fundo Municipal de Cultura / Secretaria de Cultura de São Leopoldo e apoio de Supper Rissul, Apema e Buccadisantantonio. Os recursos foram complementados via financiamento coletivo pelo site Catarse.me.


KASSANDRA é um filme de 

Alfredo Barros .........................Montagem
Ana Gusson .............................Direção de Arte
Chico Pereira ...........................Música
Daniel Coutinho .......................Publicidade
Giulia De Cesero ......................Figurino - Maquiagem
Isabela Boessio ........................Figurino - Maquiagem
Jackson Ritter ..........................Maquiagem especial - Produção de Set
Leandro Lefa .........................."Vizinho" - Som
Lígia Tiemi Sumi .......................Finalização de Imagem e Cor
Luis Franke ............................."Homem Grande"
Marina Cardozo .......................2a. Assistente de Direção
Maico Silveira ........................."Terapeuta"
Pablo Chasseraux ....................Direção de Fotografia
Ramona Barcellos ....................Produção
Renata Stein ..........................."Kassandra"
Roberto Coutinho ....................Produção Executiva - Som
Roger Monteiro .......................Roteiro
Suzana Witt ............................."Prostituta"
Ulisses da Motta Costa ............Direção - Argumento
Victor Fiúza .............................Assistente de Direção

quarta-feira, 27 de março de 2013

Primeiras impressões sobre Kassandra

Por enquanto, apenas equipe e elenco e alguns poucos convidados puderam ver Kassandra totalmente finalizado. Por enquanto, ele tem que permanecer inédito por conta das regras de seleção dos festivais de cinema.

Mas as poucas pessoas "de fora" que viram o filme fizeram vários comentários que nos deixaram esperançosos de que o nosso curta seja bem recebido pelo público em geral. Seguem abaixo algumas das impressões publicados Facebook afora na última semana:

Rogério Rodrigues, cineasta, diretor de 1 Pedido Incom1 (em captação): "Poderia falar muitas coisas, mas prefiro resumir: só me mexi na cadeira para pensar: 'já terminou?'. Sem dúvida um maravilhoso trabalho, onde a atriz Renata Stein parece conduzir o público pela mão".

Thaís Lima, publicitária e produtora artística: "E gente: PARABÉNS!!!! Trabalho maravilhoso!!!!!!!! Desde o primeiro, acho os curtas ótimos e por isso fico extremamente surpresa por perceber sempre um crescimento de vocês em cada produção! Muitos sentimentos misturados nesse filme: agonia, frio na espinha, ansiedade, nervosismo, expectativa!!!! Adorei! Adorei! Adorei!".

Henrique Abel, advogado e fãzaço de filmes de terror:  "Em tempo: o filme é excelente e me deixou muito entusiasmado. Acho que a recepção será imensamente positiva e, especialmente para os fãs de suspense e terror, o curta passa a ser simplesmente obrigatório a partir do momento em que for lançado. Eu já esperava que o filme fosse bom, mas o resultado superou as minhas melhores expectativas. 

Agradeço imensamente ao Ulisses por ter me dado essa maravilhosa colher de chá e pela oportunidade de ter meu nome nos agradecimentos de uma obra dessa qualidade."


Davi de Oliveira Pinheiro, cineasta, diretor de Porto dos Mortos: "2013 já garante um belo exemplar para a filmografia do Rio Grande do Sul. Chama-se Kassandra, de Ulisses Da Motta Costa.

Normalmente, odeio esse tipo de comparação porque é injusta ou incorreta, mas enquanto alguns tentam emular estilos, Ulisses faz parecer que o Roman Polansky dos anos 1960 pousou em São Leopoldo para fazer um filme. É um recorte (in)perfeito do estilo de Polansky, completamente diferente de O Gritador, que revela o Ulisses como um dos diretores mais versáteis do nosso pedaço de chão.

O filme flui com trama precisa e uma narrativa clara, sem firulas estilísticas, com foco nas ações e atuações dos atores. A montagem do Alfredo Barros é meu trabalho favorito dele até o momento, de uma fluidez que torna os mais de vinte minutos de projeção um breve suspiro, sem perder a densidade. 

Sobre atores, vale destacar a Renata Stein cuja inconstância contribui para o clima tenso que o Ulisses propõe.

Sou péssimo para elogiar filmes alheios, porque, como todo cineasta gaúcho, sou invejoso e no fim quero que o outro se dê mal, mas acho que "Kassandra" é dos filmes do Sul do Brasil que vão brilhar em 2013/2014".


quarta-feira, 20 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Entrevista: Chico Pereira, compositor

Chico Pereira (à esquerda) gravando a música do filme junto com o engenheiro de som Roberto Coutinho (direita)



Versatilidade é uma das marcas mais visíveis (audíveis?) de Chico Pereira como músico. Ele compõe trilhas sonoras com a mesma facilidade com que faz solos de guitarra ou comanda uma mesa de gravação. 

Compositor, músico e produtor musical, em Kassandra ele teve um árduo trabalho, já que a sica começou a ser discutida antes mesmo da primeira versão do roteiro estar pronta. Confira como foi feita a música do curta:

Uma das ideias mais primordiais de Kassandra foi que a trilha sonora fosse diferente, não caindo nos clichês do cinema de suspense e de horror. Como se faz uma trilha assim, sem se apegar aos cânones da música para filmes? 

Chico: Difícil. É muito tentador, não? Tem tanta música boa e bem feita para filmes deste gênero. Me peguei inúmeras vezes, enquanto compunha para Kassandra, homenageando sem querer meus compositores favoritos. É complicado compor para suspense e horror e não "roubar" alguma coisa de Bernard Herrmann, por exemplo. Caras como ele compuseram cânones por algum motivo. E este motivo é que estes compositores são, muitas vezes, a bússola do diretor e do espectador. Este certo poder do compositor de música para filmes é fascinante, ao mesmo tempo em que pode ser uma imensa e assustadora responsabilidade. 

Em certas fases do meu trabalho em Kassandra, precisei me afastar do trabalho por um ou dois dias e "limpar" minha percepção auditiva. Acho que isto me ajudou a chegar no que, acredito, não seja um resultado clichê. Não se trata de escutar e estudar os cânones com atenção e fazer tudo ao contrário. Se trata, sim, de tentar colocar alguns tipos de ideia em diferentes contextos: um timbre diferente, uma linha melodica inesperada, uma pausa onde se esperaria uma percussão.


Por sinal, o filme tem vários planos concebidos desde o início para que a música fosse o destaque. Como você vê a função da música nestes momentos? Como é a relação entre diretor / compositor para chegar a um bom resultado neste tipo de trabalho?

Chico: A música em um filme, mesmo quando está em destaque, está trabalhando para o filme. Isso é a primeira coisa que me vem na cabeça, mesmo que o diretor oriente que o seu trabalho seja o protagonista naquele momento. No caso de Kassandra, o que me fascinou foi a oportunidade de a música ser, literalmente, a voz de uma personagem que não consegue falar. Por isso, tive um cuidado extra ao compor temas e melodias, especialmente para a personagem principal. Como representar uma personagem tão cheia de camadas, tão dúbia? Me ative muito a este tipo de questão.

O papel do diretor em relação ao compositor em um trabalho assim é de um parceria pouco comum. O compositor não conseguiria fazer - falo por mim, principalmente - um trabalho tão focado se o diretor não estivesse quase compondo junto a música do filme. É um trabalho exaustivo, exige muito do psicológico, muito mais do que das habilidades musicais propriamente ditas. O apoio e a orientação do Ulisses foram essenciais neste caso.


Antes mesmo do curta começar a ser filmado, você já estava envolvido com a produção, fazendo uma seleção de referências musicais para serem ouvidos por elenco e equipe. Além disso, você inclusive estava no set, colocando música enquanto as cenas eram filmadas. Qual a importância do seu envolvimento desde esta etapa inicial?

Chico: Sinceramente, não conheço ainda outro método de trabalho. Em todos os filmes que trabalhei, estive no set, em tempo integral na maioria das vezes. Em Kassandra, eu precisava de algo mais do que ler o roteiro e assistir ao corte final do filme. Como já disse, eram camadas demais para representar com música. Difícil captar isso sem estar lá. Agradeço ao Ulisses pela sugestão e pelo privilégio de ver a atuação assombrosa da Renata in loco.

Ao mesmo tempo, gostaria muito de ter a experiência de trabalhar em um filme sem estar no set, trabalhar com um olhar mais de fora - coisa que deve ser concretizada em breve com um projeto novo que está por vir, Luz Natural.



Mixando os 33 canais de música gravados para Kassandra


Fale um pouco do processo de composição e gravação. Como você criou a música e que programas e instrumentos foram usados nas gravações? Junto com o engenheiro de som Roberto Coutinho, você elaborou uma música experimental durante as cenas de pesadelo do filme. Vocês usaram sons de piano tocados de trás para diante, correto?


Chico: Compus em casa, tudo em MIDI. Tocava as linhas de todos os instrumentos em um controlador - para quem nao conhece, é basicamente um teclado que dispara sons de bibliotecas de timbres que estao no computador. Alguns destes timbres que usei nas minhas demos foram usados - sons sintetizados disfarçados de timbres mais orgânicos, o que era uma das minhas propostas conceituais da música, esta mistura de real e irreal.
 
Porém a maioria dos meus sons originais foram substituídos no Ampli Studio, em um trabalho de pesquisa que fiz com o Roberto Coutinho. Só existem dois elementos totalmente orgânicos na música: a voz da cantora Mariele Giovanaz e o violino de Isadora Raymundo (ambas com performances perfeitas para o que precisávamos). Mas, seguindo o conceito proposto, estes dois elementos foram transformados e processados, para que transparecessem um aspecto mais etéreo e melancólico.
 
A questão dos sons de piano é interessante. Já havíamos gravado algo parecido em outro filme, Ninho dos Pequenos, mas em contexto absolutamente diverso. Toquei diretamente nas cordas do piano de parede que fica no Ampli Studio, usando meus dedos, palheta, escova de limpeza, arco de violino e chave de fenda para tirar diferentes sons e efeitos. Quando cheguei na sala técnica, depois de gravar estes sons, o Roberto havia invertido eles e isto casou muito bem com o clima surrealista das cenas de pesadelo. Ficamos realmente assustados com o resultado alcançado.


O primeiro curta no qual você e Roberto estiveram envolvidos na música, Onírico, é de 2003, e desde então vocês trabalharam juntos em várias ocasiões, inclusive em todos os curtas dirigidos por Ulisses da Motta Costa (O Gritador, Ninho dos Pequenos e o vídeo pedagógico Cecília e a Guerra dos Farrapos). Como é esta parceria?


Chico: O Roberto e o irmão dele, Daniel, são meus amigos mais antigos. Nos conhecemos há mais de vinte anos. Tocamos em bandas juntos, gravamos juntos e ainda convivemos bastante nas horas de folga. Então, nos conhecemos muito bem, o que facilita demais o nosso trabalho. Tenho orgulho de dizer que nunca precisamos brigar para fazer alguns belos trabalhos, não só nos filmes, mas também na publicidade e em outros trabalhos musicais. Além disso, graças a este cara consigo hoje gravar minhas músicas em casa, por exemplo. A maioria do que sei da parte mais técnica na área do som e de gravações, aprendi observando ele trabalhar. E o Roberto tem a calma e a concentraçao pra captar muitas coisas que quero fazer e às vezes nao sei como.

Daí, se juntarmos o Ulisses nessa história, "os 3 patetas" complementam seus talentos e conseguimos evoluir muito juntos. Espero que a gente possa seguir sempre nestas parcerias.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Cartaz alternativo de Kassandra

Vocês já viram o cartaz oficial de Kassandra, certo? Então agora deem uma olhada na versão alternativa, que terá uso especial para festivais e mostras, junto com o oficial.

O cartaz é de Daniel Coutinho sobre arte do roteirista Roger Monteiro:




sexta-feira, 8 de março de 2013

Todas as mulheres de Kassandra



Ano passado, nós já tínhamos rendido merecidas homenagens às mulheres maravilhosas que se dedicaram intensamente à realização de Kassandra. Porém, desde então, o time feminino aumentou -- e nunca é demais lembramos do envolvimento de pessoas tão incríveis neste projeto.

Até porque este filme trata de mulheres, tem uma mulher como sua heroína e, como eu comentei nestes dois textos, há algo de intrinsecamente feminino na narrativa de terror/horror -- uma vingança sobre os verdadeiros terrores do mundo masculino? Enfim, não vem ao caso.

A primeira pessoa convidada para o curta foi uma mulher, a própria Renata Stein, protagonista do filme; as últimas também foram mulheres: as musicistas Isadora Raymundo e Mariele Giovanaz, que deram a Kassandra a voz que a personagem não tinha. Um círculo tão perfeito que parece até que pensamos nisso.

Tenho as melhores memórias de cada uma das gurias do filme. Da Renata são inúmeras, mas gosto da nossa primeira conversa, ela comendo um cheescake e dizendo para mim: "Eu vou pensar, Uli, mas na verdade eu já topei". Da Ramona Barcellos, nossa "chefa", eu lembro de pensar que não haveria ogro que não tremesse na frente daqueles olhos praticamente sem fim de tão azuis. 

Depois vieram o grupo de ex-alunas minhas, todas meninas talentosíssimas de espírito único: a Giulia De Cesero da risada incontida, a Isabela Boessio dos olhos verdes imensos, a Marina Cardozo incansável que não arredava o pé do set por motivo nenhum do mundo. Marina, aliás, que proferiu ao final da segunda diária um "Eu amo muito essa equipe", resumindo o ambiente das filmagens. E a Suzana Witt, talvez a atriz mais generosa que eu conheci, nunca dizendo não quando chamada para dar jeito em abacaxis nos nossos projetos (mesmo quando não atua).

A menos de um mês antes de começarmos a rodar, completa a equipe a infalível Ana Gusson -- que, entre formatura e a finalização do seu próprio curta, conseguiu se dedicar a Kassandra de corpo e alma (invejo essa capacidade, juro). Para as filmagens, ajuda extra da linda Cristina Salib (que aceitou fazer claquete numa diária apenas porque gosta de nós) e da minha amiga de velha data, Elena Meneghetti, que topou a proposta indecente de estrelar o "filme dentro do filme" com um desprendimento que ninguém acreditava possível.

E, nos últimos meses, uma constelação de artistas incríveis e seus instrumentos divinos: a musa Ingrid Bonini e sua voz linda; a Mariele com seu canto perfeito; a Isadora e seu violino melancólico; a Lígia Tiemi Sumi e seus inacreditáveis brinquedos tecnológicos que estão transformando a imagem de Kassandra no sonho em preto-e-branco mais lindo que eu já tive. 

Hoje, o dia não é para dar parabéns a vocês; hoje é o dia de agradecer por tudo que vocês têm feito por este filme. Sem vocês, seríamos um bando de homens perdidos, achando que sabem o que estão fazendo (e rezando para não dar nada errado).

Então... Obrigado, gurias. Cês são foda!

Ulisses da Motta Costa

Legenda da foto: No alto, da esq. para a dir: Cristina Salib (claquete), Isadora Raymundo (violino), Giulia De Cesero (figurino), Ramona Barcellos (produtora), Ana Gusson (diretora de arte), Isabela Boessio (figurino).
Embaixo, da esq. para a dir: Mariele Giovanaz (voz), Marina Cardozo (2a assistente de direção), Lígia Tiemi Sumi (finalização de imagem), Suzana Witt (atriz), Ingrid Bonini (atriz), Elena Meneghetti (estrela do "filme dentro do filme")
Ao centro: Renata Stein (atriz)