Paciente: Sexo feminino. Vinte anos.
Estresse pós-traumático. Alucinações visuais.
Avistamentos de um vulto, o "homem grande".
Cartas de tarô, de origem desconhecida.
Muda.
Mora só.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Kassandra vira Graphic Novel!




Estamos devendo algumas novidades, certo? Não estamos mais: em breve, lançaremos uma versão em HQ de Kassandra! Sim, nossa heroína muda saiu da tela direto para uma graphic novel com arte e texto assinados pelo roteirista do curta, Roger Monteiro.

A ideia vem sendo gestada e desenvolvida desde o ano passado. Tendo como base os planos do filme, Roger (que também é artista gráfico e designer) começou a desenvolver o projeto de forma autônoma e independente. Ele mesmo admite que foi uma forma de se manter um pouco mais ligado à personagem. "É fácil se apegar a ela, principalmente quando você tem uma predisposição a se interessar por garotas doidas e malvadas em preto e branco", diz.  

Kassandra, A Graphic Novel será um pouco diferente da versão do filme, já que ela tenta recontar a história sob o ponto de vista da personagem. A distinção começa pelo visual: o curta é em preto-e-branco, mas a HQ terá cores. "Não cores realistas, mas algo de sonho, quase lisérgico", comenta Roger. Além disso, Kassandra também agora se expressa verbalmente, pelo menos em texto. "Na verdade, temos acesso aos pensamentos da personagem, que são apresentados em versos, rimados, que fazem com que eles gerem um fluxo de consciência". 

O trabalho de transformar os takes do filme em imagens com grafismos e de escrever o texto rimado começou em dezembro de 2013. Em breve, a HQ terá um lançamento oficial em versão digital e terá distribuição online. Aguarde a data!

Veja algumas das artes da HQ e, mais abaixo, uma entrevista com Roger Monteiro (com uma informação crucial na última resposta):



 


Roger, por que fazer uma HQ de Kassandra?

Roger Monteiro: À medida em que foram acontecendo exibições públicas do filme, eu comecei a criar alguns splashes gráficos para divulgá-las, sobretudo na minha página pessoal do Facebook e, como se tratava de um material não-oficial de divulgação de Kassandra, tomei uma série de liberdades estéticas e reinterpretei alguns dos seus elementos. Primeiramente, me mantive no preto e branco, depois, passei a usar algumas pinceladas de vermelho - o que aumentou a carga dramática dessas imagens - e, por último, por ocasião da sessão dupla com A Princesa, na Feira do Livro de 2013, experimentei trazer para essas peças alguma cor. Não cores realistas, mas algo de sonho, quase lisérgico, algo que conflitasse um pouco com a fotografia realista do filme.

E gostei tanto do resultado que passei a me perguntar se esse tipo de trabalho cromático não poderia ser, de alguma forma, aplicado ao próprio filme. É claro que, àquela altura das coisas, isso não seria possível, então resolvi produzir um suporte próprio para explorar essa estética, e nasceu a ideia da história em quadrinhos.

Explique como tecnicamente a HQ está sendo feita: como transformar o filme em imagens e texto.

Roger: Os quadrinhos estão sendo editados sobre frames do próprio filme. Comecei isolando 325 frames do corte definitivo de Kassandra, de modo a ter o que seria o esqueleto estático da narrativa em movimento. A partir daí, se tornou uma questão de editar esses frames graficamente para consolidar uma nova estética em que a narrativa continuasse funcionando. Se no filme, conseguimos alcançar a claustrofobia e a angústia que queríamos transmitir através da ausência de fala e da música, nas páginas dos quadrinhos - silenciosos por natureza - eu precisaria de um outro elemento para cumprir essa função, e, por isso, a Kassandra do quadrinho “fala”. Na verdade, temos acesso aos pensamentos da personagem, que são apresentados em versos, rimados, que fazem com que eles gerem um fluxo de consciência em que raramente existem pausas para uma respiração maior, já que as rimas se encaixam umas nas outras.

Em outras palavras, o que na tela conseguimos pelo silêncio, nas páginas eu consigo - ou espero conseguir - por essa verborragia mental da Kassandra. Um outro aspecto que surgiu ao longo da coisa toda foi que, já que estamos lidando com a visão da Kassie sobre os fatos, e estamos tratando com uma garota com sérias perturbações mentais, eu achei que poderia ser interessante materializar os sentimentos dela enquanto grafismos, enquanto distorções visuais que dialogam com o que ela sente a respeito dos outros e a respeito de si mesma. Isso, em algumas horas, nos leva à presença de criaturas disformes, monstruosas ou extremamente delicadas e etéreas, o que dá uma forma instável a praticamente todas as personagens.

Como que essa graphic novel se envolve com o universo do filme? Kassandra pode gerar mais obras artísticas para além do curta?

Roger: Quando fechamos o roteiro de Kassandra deixamos lacunas para gerar ruídos e interpretações, mas nunca pensamos que elas iriam tão longe. Ao longo das exibições, as pessoas trazem até nós teorias elaboradas, mirabolantes, estapafúrdias mas sempre muito ricas. O fato de eu ter escrito o roteiro não faz com que eu me torne imune a isso e algumas das minhas próprias visões sobre o filme foram mudando com o tempo. De certa forma, os quadrinhos estão aí para cristalizar as minhas interpretações pessoais e dar algumas respostas para algumas perguntas. É claro que, ao fazer isso, eu acabo criando outras lacunas e a coisa toda recomeça.

É a mesma história, mas a abordagem é diferente. Se Kassandra, o filme, se dá em uma terceira pessoa onisciente, Kassandra, os quadrinhos, acontecem no nível da primeira pessoa. É a versão da Kassie - a minha - sobre os fatos, ou pelo menos sobre o que ela pensa - eu penso - que são os fatos. Se outras obras podem nascer desse universo? Sempre. Por que não os diários do Terapeuta? Por que não um soft porn com os delírios sexuais do Vizinho? Talvez até o Homem Grande pudesse vir a se expressar de alguma forma. Basta alguém se dispor a realizar.

É verdade que a HQ começou porque tu tinhas dificuldade de se desvincular da Kassandra?

Roger: Sim. Apesar de eu ter sido acusado em público pelo diretor do filme de ser um criador relapso, houve dois momentos de envolvimento com a história toda. O primeiro, é claro, foi durante a escrita do roteiro. Depois, me afastei, e só retornei quando o filme já estava pronto. Foi quando eu conheci a Kassandra de verdade. A partir daí e, principalmente, por conta de todo o envolvimento com a história do filme em Gramado e com todas as outras exibições que se seguiram, e de tanto discutir, debater e conjecturar com as pessoas, sobre as lacunas que mencionei, e de começar a brincar graficamente com as imagens do filme para os splashes, sobre os quais eu também já falei, eu me apeguei muito à Kassie - ao ponto de começar a chamá-la por esse apelido. E é fácil se apegar a ela, principalmente quando você tem uma predisposição a se interessar por garotas doidas e malvadas em preto e branco. Kassie, ao seu modo, é herdeira de toda uma linhagem de femmes fatales do cinema. Eu adoro femmes fatales.

E, para finalizar, eu só queria deixar uma pequena provocação: o final da história em quadrinhos é diferente.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Uma análise psicológica de Kassandra

O texto a seguir é de autoria da psicóloga Manuela Marques, que assistiu ao curta no Ipsi In Cine, em Novo Hamburgo/RS. É uma análise de Kassandra sob o ponto de vista da psicologia.

O texto contêm alguns spoilers, então aconselhamos para quem já assistiu ao filme. 



Minhas impressões sobre Kassandra

********AVISO: Contém Spoilers!***********

No dia 8 de maio, finalmente consegui assistir o curta Kassandra, do diretor Ulisses Da Motta Costa, no Ipsi in Cine, evento cultural do Instituto de Psicologia de Novo Hamburgo (IPSI), o qual tive igualmente o imenso prazer de ajudar a organizar. É impossível não se remeter, num primeiro momento ao brilhante e mais conhecido filme de Hitchcock, o clássico Psicose, afinal se trata de um suspense em preto e branco, com cortes rápidos que capturam o olhar com eficiência tamanha, que sentimos medo de piscar para não perder nenhum detalhe. No entanto, no decorrer da trama, abandonamos tais semelhanças e o expectador se sente jogado para dentro do enredo, como uma espécie de testemunha oculta. 

Kassandra é introduzida através da interlocução de um terapeuta como uma paciente que sofre diversas pertubações psicológicas, que remetem em sua forma sintomática para além do espectro autista à figura de um bebê: não fala, se alimenta basicamente de leite, além da composição infantilizada a qual se apresenta, com brinquedos e vestimentas que retomam uma criança pequena. O olhar caleidoscópico de Renata Stein, que deu vida à personagem, é um dos pontos brilhantes de sua atuação, capaz de envolver, mobilizar, aterrorizar e emocionar o público sem emitir uma única palavra. 

A ambivalência entre agressividade e desproteção, sexualidade e infantilização, mutismo e comunicação se fazem presentes o tempo inteiro, como em uma das cenas onde um canário preso em uma gaiola fica fortemente amedrontado com a presença dela, ainda que seus movimentos sejam suaves e aparentemente pacíficos. São diversos os detalhes simbólicos que provocam a mente, convocando-nos a encontrar uma linha mestra e lógica para entender o que afinal se passa com Kassandra ou antever o final da história, muito embora o final não nos traga respostas concretas. Pelo contrário: é preciso um extenso período de digestão para darmos ao filme a interpretação que quisermos. Na discussão que tivemos no evento, o próprio diretor Ulisses não nos deu respostas, afirmando que ele mesmo não as tem. 



É isto uma das coisas que torna o filme tão interessante e o faz sair do lugar comum, a amplitude de interpretações que ele permite, como a arte em seu estado mais puro. Inúmeras vezes durante a trama, me veio à mente o conceito bioniano de “Terror sem Nome”, que na minha modesta opinião parece traduzir a falta de voz, de cor e de explicações concretas. Para Bion, um dos grandes gênios teóricos psicanalíticos, o "Terror sem Nome" estaria relacionado a um estágio pré-verbal, advindo de experiências infantis de caráter traumático, adquiridas sem a menor possibilidade de racionalização, que não puderam ser convertidas em palavras, em fala. Mediante a atemporalidade que caracteriza o inconsciente, na vida adulta, tais aspectos que foram lançados e permanecem inconscientemente armazenados de maneira caótica, retornam para aterrorizar o sujeito, como um bloco imenso de angústia, de caráter inominável. 

O filme, ainda que de maneira não intencional, retrata de forma belíssima este estado descrito na literatura psicanalítica. A cena em que particularmente me emocionou, é a em que ela telefona para sua mãe, e como não pode falar, se comunica arranhando o telefone para responder “sim” ou “não”. O abandono e descaso da mãe na cena, o imenso desamparo estampado nos olhos da personagem, o silêncio da cena ao desligar, a falta de cor, petrificam o olhar. Um abandono que se pode inferir que não se trata do primeiro, para que ela tenha chegado àquele estado psíquico. Ali, ao menos no que tange a minha interpretação pessoal, temos uma pista de um assassinato real. Talvez o único que realmente existiu, uma vez que a cena onde um assassinato ocorre concretamente deixa dúvidas quanto à sua legitimidade, por não sabermos se tratar de um acontecimento real ou alucinado pela personagem, enquanto a cena do telefone nos transforma em testemunhas oculares de um assassinato psíquico. 

Concluo a minha crítica ao filme Kassandra sem traçar conclusões nem apresentar respostas, fazendo justiça a este curta que de forma tão generosa nos permite refletir e perguntar mais do que concluir e responder. Ou como diria Bion, sobre os conteúdos entregues sem o menor esforço no que tange a construção do pensamento, “a resposta é o infortúnio da pergunta”. A única coisa que é impossível não afirmar sobre ele é que sem a menor sombra de dúvidas, é um filme que realmente merece ser assistido.

Manuela Marques é psicóloga clínica

terça-feira, 3 de junho de 2014

Kassandra em Canela!

Mais uma cidade do Rio Grande do Sul vai ter a chance de ver Kassandra. Desta vez é Canela, na Serra Gaúcha.

O curta será exibido no Magnólia Cine Bistrô Bar, nesta quinta (dia 5 de junho) às 19h30. O espaço tem uma sala de cinema, o Cine Ideal, e a entrada é franca. Após a sessão, haverá um debate com o diretor Ulisses da Motta Costa e o ator Leandro Lefa (e, quem sabe, um convidado surpresa).

O Magnólia fica na Rua Dona Carlinda, 255, centro de Canela. Mais informações aqui.

Sessão em SÃO PAULO: Bom lembrar também que esta semana Kassandra participa de mais uma sessão da 13a Mostra do Filme Livre, desta vez em São Paulo. Será a primeira projeção do filme na capital paulista e acontece no Centro Cultural Banco do Brasil, nesta sexta (dia 6), às 15h30. A entrada é franca.

Em breve, mais novidades!   

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Elenco e equipe: todas as entrevistas

No alto: Ulisses da Motta Costa, Roger Monteiro, Suzana Witt, Ana Gusson; No meio: Luis Franke, Leandro Lefa, Giulia De Cesero e Isabela Boessio; Embaixo: Alfredo Barros, Maico Silveira, Roberto Coutinho, Chico Pereira. No centro: Renata Stein


Confiram aqui as entrevistas com os membros de elenco e equipe de Kassandra e entenda melhor o trabalho de cada um deles:

Ulisses da Motta Costa, diretor: "Os filmes que tu cria são uma espécie de auto-purificação".

Renata Stein, "Kassandra": "Uma coisa que eu não queria fazer era atuar em um filme de terror".

Roger Monteiro, roteirista: "Mas aconteceu de o diretor ser um tremendo mentiroso".

Luis Franke, "Homem Grande": "Os desafios nos fazem crescer".

Leandro Lefa, "Vizinho" e Som: "Podiam me convidar pra fazer um vendedor de casquinha que eu topava".

Alfredo Barros, Montador: "Na verdade, foi muito mais divertido do que eu imaginava".

Maico Silveira, "Terapeuta": "Isso é uma das coisas difíceis de ser um ator habituado ao palco".

Suzana Witt, "Prostituta": "Queria atuar em um dos 'nossos' -- dá pra chamar de nossos? -- filmes".

Ana Gusson, diretora de arte: "Confesso que duvidei no início, achei que fosse brincadeira".

Chico Pereira, música: "A música é, literalmente, a voz de uma personagem que não consegue falar".

Isabela Boessio, figurino e maquiagem: "Kassandra tem, sim, um teor sexual".

Giulia De Cesero, figurino e maquiagem: "Os makes devem aos halloweens que já passei".

Roberto Coutinho, som e produção: "Os sons não têm uma morfologia estanque". 


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Kassandra em Novo Hamburgo!




Agora é a vez de Novo Hamburgo/RS receber Kassandra!

O curta será exibido no IPSI In Cine, evento mensal promovido pelo Instituto de Psicologia de Novo Hamburgo. Na ocasião, Kassandra será passado junto com outro curta do diretor Ulisses da Motta Costa, Ninho dos Pequenos (2009). A sessão dupla acontecerá no dia 8 de maio, às 19h30. Após os filmes, acontece um debate com o realizador. A entrada é franca e haverá distribuição de senhas na entrada.


IPSI In Cine - Exibição de Kassandra e Ninho dos Pequenos
Quando: 8 de maio, às 19h30
Local: Sede do IPSI - Rua 24 de Maio, 803 - Bairro Vila Nova - Novo Hamburgo
Entrada franca
Informações: (51) 3581 4055 e (51) 9326 2497

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Kassandra no Uruguai

Kassandra vai mais uma vez ao exterior! Agora, o curta integra a programação do Sur-Sul Festival Rio Grande, mostra de filmes gaúchos que acontecerá a partir dessa semana em Montevidéu, capital uruguaia.

Na programação oficial, o "terror a ritmo brasileño" será exibido no dia 4 de maio, domingo, abrindo a sessão do documentário longa Espia Só (dir. Saturnino Rocha). Serão três sessões na Sala Cinemateca, da Cinemateca Uruguaya. 

Mais informações (com toda a programação) aqui.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Kassandra na Aldeia SESC Capilé




A nossa garota volta à sua cidade de origem!

Kassandra fará parte da programação da 9a Aldeia Sesc Capilé, que começa dia 23 (quarta) e vai até 27 de de abril (domingo). As atividades acontecerão no Museu do Trem, no centro de São Leopoldo. Kassandra será exibido em sete ocasiões no total, acompanhado de outros dois curtas também dirigidos por Ulisses da Motta Costa, O Gritador (2006) e Ninho dos Pequenos (2009).

Anote as sessões na agenda, escolha o melhor horário e não perca! Lembrando que elas acontecem no Museu do Trem (Rua Lindolfo Collor, 40), que fica ao lado da Estação São Leopoldo de Trensurb. A entrada é franca.
  1. Quinta, dia 24 - 11 horas
  2. Quinta, dia 24 - 15 horas
  3. Sexta, dia 25 - 11 horas
  4. Sexta, dia 25 - 15 horas
  5. Sábado, dia 26 - 10 horas
  6. Sábado, dia 26 - 16 horas
  7. Domingo, dia 27 - 11 horas
A programação completa da Aldeia Sesc Capilé pode ser vista aqui.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Kassandra na Mostra APTC 2014




Kassandra vai voltar para Porto Alegre!

Nosso curta foi convidado para integrar a Mostra APTC 2014 (Associação Profissional dos Técnicos do Cinema do Rio Grande do Sul), em comemoração à Semana do Cinema Gaúcho.

Kassandra será exibido no dia 29 deste mês, sábado, a partir das 19 horas, com entrada gratuita. A sessão acontecerá na Sala P.F. Gastal, na Usina do Gasômetro. Na ocasião, serão exibidos mais três curtas: 27 Corações, Davi e os Aviões e Fantasmas da Cidade. Ótima chance para conhecer conhecer a produção dos novos realizadores gaúchos.

A programação completa da Mostra (que irá de 27 a 30 de março, com exibições de longas e curtas e também debates) pode ser vista no blog da P.F. Gastal.

Mostra APTC 2014
Programa Curtas 3
Dia 29 de março, sábado
19 horas
Sala P.F. Gastal - Usina do Gasômetro
Entrada franca 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Crítica de Kassandra por Samuele Zaccaro


O pesquisador de cinema Samuele Zaccaro gentilmente enviou para nós um review de Kassandra. Ele tomou conhecimento do filme durante as pesquisas para um guia sobre bonecas assustadoras em filmes, que será publicado na Itália (leia mais aqui):

A crítica foi traduzida para o português. Mais abaixo, as versões originais em inglês e italiano redigidas por Zaccaro. Grazzie, amico!


KASSANDRA ***
2013, direção de Ulisses da Motta Costa. Com Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRASIL, 24min. P&B.

A jovem e bela Kassandra (Renata Stein) sofre de alucinações. Ela vive reclusa em sua própria casa e se recusa a falar. É paranoica, claustrofóbica e não gosta de multidões. Tem medo de seu vizinho que a espiona, e sua mente está obcecada por um homem gigante envelhecido e uma boneca maligna. 

Thriller psicológico com boa tensão, o filme consegue a difícil tarefa de mostrar os fantasmas e medos que se aglomeram na mente da complexa personagem principal. Ele gira em torno de sofrimentos psicológicos e simbolismos e fica na memória pela sua conclusão e pela escolha de filmar tudo em preto e branco, colocando assim a história em uma espécie de limbo temporal. Originalidade não é a sua principal força, mas o diretor demonstra ter uma mão boa e segura. O filme foi concluído graças aos recursos do Fundo Municipal de Cultura e já ganhou alguns prêmios em seu país natal. 

Curiosidade: a boneca usada no filme (uma das inúmeras obsessões e medos do protagonista) era de propriedade de uma mulher que trabalhou com a equipe do filme. Ela tinha a boneca desde a infância , mas sempre achou que ela fosse um pouco assustador*. O modelo da boneca, chamado Blá-blá , foi muito popular no Brasil na década de 1950 e 1960.

* Na verdade, a boneca era da mãe da diretora de arte Ana Gusson, dona Márcia Gusson.

Review in english:

KASSANDRA ***
2013, directed by Ulisses da Motta Costa. Starring Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRAZIL, 24min. B&W.

Young and beautiful Kassandra (Renata Stein) suffers from hallucinations. She is a recluse in her own home and refuses to speak. She is paranoid, claustrophobic and scared of crowds. She is afraid of her neighbour who is spying on her and her mind is obsessed with an ageing giant man and an evil doll. 

Psychological thriller with a good tension, the film adages to show the ghosts and fears crowding the mind of the complex main character. The film centres around psychological sufferings and symbolisms and it can be remembered for its conclusion and for the choice of filming everything in black and white thus placing the story in a sort of temporal limbo. Originality is not its main strength but the director demonstrates to have a good and assured hand. the film has been completed thanks to the funds of the Fundo municipal de Cultura and has won some awards in its country of production. 

Trivia: the doll used in the film (one of the numerous obsessions and fears of the protagonist) was owned by a woman working with the film's crew. She had had the doll since childhood but always found her to be somewhat creepy. The doll's model, called Blà-Blà, was very popular in Brasil in the 1950s and 1960s.

Recensione in italiano:

KASSANDRA ***
2013, regia di Ulisses Da Motta Costa. Con Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRASILE, 24í.B\N.

La bella e giovane Kassandra (Renata Stein) soffre di allucinazioni, si Ë chiusa in un efferato mutismo, Ë paranoica, soffre di claustrofobia e di agorafobia. Teme il vicino di casa, che la controlla morbosamente. Tra gli esseri che invadono la sua mente appaiono un gigantesco anziano ed una bambola malefica.

Thriller psicologico dalle buone atmosfere, riesce nel non facile compito di mostrare i fantasmi e le paure pi˘ o meno inconsce che occupano, nutrono e formano la mente e la complessa personalità della protagonista. Un film sulla sofferenza e sulla simbologia della psiche, con un finale che non si dimentica e con la scelta del bianco e nero per rendere tale storia fuori dal tempo. Non del tutto originale, Ë però diretto con mano sicura dal regista. Realizzato con il patrocinio del ìFundo municipal de Culturaî, ha ottenuto alcuni premi in patria.

Curiosità: la bambola utilizzata (che è una delle molteplici ossessioni della protagonista, nel suo mondo fatto di allucinazioni, paure, manie, sogni, incubi, realtà, passato, presente, bene e male che, in fin dei conti, sono facce della medesima medaglia del suo Io pi˘ profondo) apparteneva ad una signora dello staff. Tale balocco le era stato regalato da bambina ma le aveva sempre fatto paura per qualche arcano motivo. Era un modello molto diffuso in Brasile tra gli anni í50 e í60, detto Blà-Blà.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Entrevista: Ulisses da Motta Costa

O diretor de Kassandra, Ulisses da Motta Costa, concedeu esta entrevista foi publicada para o site DarkVeins, conduzida por Lady of Sorrow (que escreveu uma crítica sobre o filme em italiano e em inglês). A entrevista original, em inglês também,  pode ser lida aqui.


Abaixo, segue a tradução para o português, onde o diretor fala sobre as suas origens, sobre os motivos pelos quais fez Kassandra, sua relação com o cinema italiano e sobre Zé do Caixão -- além de outros projetos:

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Entrevista com o cineasta brasileiro Ulisses da Motta Costa, que dirigiu Kassandra, o curta em preto-e-branco que foi premiado no 41º Festival de Gramado na sessão Curta-metragem Gaúcho com Melhor Fotografia.

Ulisses fala de seus trabalhos, paixões, sobre crowdfunding e projetos futuros.

L: Olá, Ulisses, conte-nos sobre você. Onde você cresceu? Qual sua história? Quando e como você começou a trabalhar com cinema? 

U: Vou tentar ser o mais breve o possível: eu nasci e fui criado no sul do Brasil, no interior. Eu morava numa chácara até completar 22 anos, numa pequena cidade chamada Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul. Como a maior parte dos brasileiros, sou o resultado de uma miscigenação muito especial, então sou parte português, parte espanhol, parte árabe, parte guarani, parte alemão, parte francês e, claro, parte italiano! Um lado inteiro da minha família ainda usa o sobrenome do nosso ancestral italiano, Manfredini.

Enfim, sobre o cinema: minha brincadeira favorita quando eu era criança era imaginar filmes na minha cabeça. Havia um velho cinema na cidade, mas era longe de casa e o freqüentei poucas vezes durante minha infância. Então, quanto minha mãe finalmente conseguiu dinheiro para comprar um videocassete, no início dos anos 90, eu comecei a assistir a tudo que eu podia. Não levou muito tempo para que eu decidir que queria ser um diretor de cinema, o que era um problema então: a produção de cinema brasileiro estava vivendo a pior crise da sua história, com apenas um longa sendo lançado por ano. As pessoas costumavam dizer na época que nossa cinematografia estava quase morta. As únicas universidades com graduação em cinema eram no Rio de Janeiro e São Paulo, a mais de mil quilômetros de distância de onde eu vivia.

Então, eu tive que esperar ficar adulto; esperar para me mudar para São Leopoldo, uma cidade maior e próxima da capital do estado; esperar que a produção de cinema crescesse de novo no Brasil; esperar que as câmeras digitais finalmente chegassem na indústria para finalmente, em 2004, com 25 anos de idade, eu começasse a produzir meu primeiro curta, O Gritador. E ainda assim esse filme de apenas 15 minutos levou quase três anos para ficar pronto! Mas desde então, eu sempre trabalhei com cinema, às vezes como crítico, às vezes como professor, às vezes como produtor, diretor e roteirista em pequenos projetos.  

Ulisses (ao centro) dirigindo Leandro Lefa e Renata Stein em Kassandra


L: Você é o diretor de Kassandra, um curta de terror em preto-e-branco. Você fez o filme para você mesmo ou tinha um público em mente enquanto o escrevia?

U: Eu acho que sempre fazemos os filmes que queremos ver. Ninguém dedicará dias, meses, anos para fazer algo que não queira assistir, eu acho. Mas eu também acredito que os filmes que tu cria são uma espécie de auto-purificação, ou no mínimo uma auto-fantasia. Os filmes podem ser tanto uma representação de como o mundo poderia ser como uma forma de terapia intensiva. Kassandra é um filme do segundo tipo. Mas no momento em que eu decido que eu farei um filme, eu começo a pensar no público. Nós usamos bastante a expressão “espectador”, uma única pessoa na audiência. Alguém que tu não conhece, uma mulher ou um homem sem rosto. Eu gosto de pensar que esta pessoa em particular só quer fazer parte de uma história, seja ela curta ou épica. Então, eu quero que o espectador acompanhe os personagens e a história que estamos contando. Mesmo se for uma história difícil.

E eu sempre quis trabalhar em preto-e-branco. Quando a ideia do filme explodiu na minha cabeça, já era sem cor. Desde o início era uma história para ser contatada apenas com luz e sombras.

L: Seu filme lida com transtornos de ansiedade (stress pós-traumático, mutismo e agorafobia). Por quê? 

U: Bem, como eu disse, um filme pode ser uma purificação para o seu criador... Eu cuidei de uma pessoa com problemas psiquiátricos por alguns anos. Foi uma vivência complicada, dolorosa e intensa para nós dois. As pessoas costumam me perguntar, depois que veem o filme: como você tem essas ideias? Claro, Kassandra não conta uma história real ou algo assim. Talvez seja a vingança que nunca aconteceu na vida real, hehehehe. Mas essas ideias vieram da observação e da minha experiência do que acontecia com alguém que eu era próximo.

L: Fale sobre o título. Por que “Kassandra"?

U: Digamos que a ideia de Kassandra tomou a minha mente num ataque massivo e coordenado. A maior parte dos conceitos do filme nasceu ao mesmo tempo, numa noite de inverno, incluindo o nome da protagonista. Ela teria visões nas quais ninguém acredita serem reais, então eu lembrei da Cassandra da mitologia grega, uma sacerdotisa que foi amaldiçoada em prever o futuro e nunca ter alguém que acreditasse nas suas previsões. A letra K no nome é uma referência a este personagem lendário, apesar de não ser uma modernização ou adaptação do mito. 

As filmagens de Kassandra



L: Kassandra teve vários apoiadores. O que você pensa a respeito do crowdfunding?

U: É algo maravilhoso. A prova que é importante é o fato de que, mais e mais, cineastas e artistas já conhecidos pela mídia e pelo público e com recursos disponíveis estão preferindo o crowdfunding, porque ele os liberta da burocracia das empresas e dos governos. O artista não precisa negociar para ter sua independência criativa, não precisa fazer o jogo de interesses dentro de um estúdio ou de uma gravadora. O público decide o que vale a pena receber apoio. É como uma “seleção natural artística”, por assim dizer. Claro, se tu é um artista independente, ou iniciante, não dá pra sair pedindo um milhão de dólares. Tu tem que encontrar o caminho com mil dólares. Mas são mil dólares vindos de pessoas que acreditam em ti, ou no mínimo acreditam no projeto. Este tipo de apoio é mais importante do que o dinheiro em si.

L: Você fez algum outro filme antes deste? Se sim, quantos outros? Pode falar sobre eles? E sobre O Gritador?

U: Sim, Kassandra é o meu terceiro curta de ficção. Eu não gosto de me repetir, porque eu tenho interesse em vários assuntos. E eu também gosto de diferentes tipos de cinema e seus incontáveis gêneros. Então, O Gritador (2006) era para ser uma espécie de filme de aventura, mas alguns o consideram um terror “light”. Meu segundo curta, Ninho dos Pequenos (2009), é completamente diferente: é um drama familiar com apenas uma locação e duas atrizes falando o tempo todo.

O Gritador foi um projeto maluco não apenas para um diretor iniciante, mas para uma equipe iniciante também. Como eu disse antes, demorou quase três anos para ser feito. Eu dividi o roteiro e a direção com meu amigo Carlos Porto. O filme é sobre uma lenda folclórica do nosso estado. É uma espécie de alma penada que vagueia à noite nas matas e nos campos. Se tu responder ao seu grito, o fantasma se aproxima mais e mais de ti. Bem, nossas locações eram a mais de 200 km da nossa cidade, em lugares difíceis de atingir: quebramos pelo menos dois carros durante pesquisa e filmagens. Também queríamos usar efeitos visuais, com atores na frente de um fundo azul e composições com desenhos feitos à mão e elementos em computação gráfica. Tudo isso, claro, sem dinheiro. Tem algumas coisas que só a ingenuidade pode explicar... Se vocês quiserem ver, tem no Youtube.

L: O que você acha da crescente popularidade dos filmes independentes? 

U: Eu creio que é um fenômeno inevitável. É mais fácil aprender sobre diferentes tipos de expressão artística na Internet. Então, se tu te interessa sobre certo assunto, dá para pesquisar a respeito dele infinitamente. Tu sempre vai achar algo novo. Tu pode te aprofundar em coisas que não têm acesso à grande mídia. Isso inclui não apenas filmes, mas música, artes visuais, fotografia...

L: Quais são suas maiores influências? Qual é o seu Top 5 de favoritos de todos os tempos?

U: Hum, é difícil responder... Eu acho que tudo que assistimos pode ser uma influência. Eu sinto que Bruce Lee está no meu DNA artístico tanto quanto Fritz Lang. Mas eu tento usar alguns diretores como exemplo para mim. Digamos que Spielberg me ensinou a estar cercado de colaboradores talentosos, que Kubrick me ensinou a nunca me repetir, que Hitchcock me ensinou a importância de planejar previamente o que será filmado e que Werner Herzog me ensinou que tu tem que ser um filho da puta corajoso para fazer cinema. Isso, claro, se eu aprendi alguma coisa.

Sobre o Top 5... Vai parecer esquizofrênico, eu garanto: Ben-Hur (1959), Antes do Amanhecer (1995), Os Caçadores da Arca Perdida (1981), Metrópolis (1927) e Três Homens em Conflito (1966). E o meu cineasta favorito de todos os tempos é Akira Kurosawa.

L: Qual é o seu cineasta italiano de terror favorito?

U: Deixe-me primeiro contar sobre minha relação com o cinema italiano! Quando eu era garoto, havia um monte de filmes italianos passando na televisão, que eu não sabia serem italianos (porque, claro, eles eram dublados em português). Então, eu passava as tardes de sábado assistindo a velhos filmes peplum, como Os Argonautas (1960) ou Os Últimos Dias de Pompeia (1959). E, claro, alguns filmes de terror à noite, como A Ilha dos Homens-Peixes. Eu vi várias vezes em VHS uma coprodução Brasil-Itália dos anos 80, Perdidos no Vale dos Dinossauros (também conhecido como Cannibal Ferox 2). Quando eu decidi que seria cineasta, eu comecei a pesquisar sobre cinema em livros e revistas. Naquela época, tudo que eu encontrava sobre filmes italianos eram coisas sobre Fellini, Antonioni e Visconti, ou sobre o Neorrealismo. Não havia menção aos giallo, aos peplum ou aos western-spaghettis, Mario Bava, Ruggero Deodato ou Luigi Cozzi. Apenas anos mais tarde eu fiquei sabendo deste universo fantástico. Só aí descobri que aqueles filmes profundamente divertidos que eu via eram italianos.

Meu artista italiano de terror favorito não é um cineasta, é uma banda! Eu adoro o trabalho do Goblin em Suspiria, Prelúdio para Matar e Zombie – O Despertar dos Mortos. O que eles conseguiram atingir é totalmente único em termos de trilha sonora.

A refinada formação do nosso diretor em filmes italianos....

L: José Mojica Marins é um adorado cineasta brasileiro. O que você acha do seu personagem Zé do Caixão, criado para o filme À Meia-Noite Levarei Sua Alma?

U: Mojica é um colosso. Ele é uma grande influência não apenas para os fãs brasileiros de terror, mas para todos os cineastas do país. Ele é um cara sem nenhuma educação formal sobre cinema e foi simplesmente revolucionário para o seu tempo, especialmente nos anos 60. Ele foi perseguido e alguns dos seus trabalhos foram censurados durante a Ditadura Militar. Um dos seus filmes mais intrigantes, O Despertar da Besta, foi feito graças a seus amigos, que lhe doaram película. Ainda assim, o original foi apreendido pelas autoridades. O filme só viu a luz do dia poucos anos atrás.

Ele também fez tudo que era tipo de filme, não só terror. Fez desde fitas experimentais a faroestes. Ele também dirigiu filmes pornôs nos anos 80 para sobreviver. Sobre o personagem, Zé do Caixão, é um dos maiores ícones do horror de todos os tempos. Vocês sabem como ele foi criado? Mojica sonhou que um homem de capa e cartola o levava para ver a sua própria sepultura. Ele acordou assustado feito o inferno e decidiu fazer um filme sobre esse homem assustador. Foi assim que ele fez À Meia-Noite Levarei Sua Alma, um filme de terror incrível e poderoso para os padrões da época.

L: Quem é o melhor diretor brasileiro em atividade hoje?

U: No gênero terror, o maior nome independente é Rodrigo Aragão, que recentemente fez uma trilogia de zumbis e monstros. Meu amigo Davi de Oliveira Pinheiro fez uma curiosa mistura de gêneros em Porto dos Mortos. Além do universo de fantasia e horror, tem vários bons cineastas, tais como Fernando Meirelles, Afonso Poyart, José Padilha (que recentemente dirigiu a nova versão de Robocop) e Jorge Furtado, que trabalha no meu estado e é uma grande referência para mim desde os anos 90.

L: Quem são os seus autores de horror favoritos?

U: Eu confesso: nunca me interessei muito em literatura de horror. Mas a idéia para Kassandra surgiu quando eu lia Nas Montanhas da Loucura. Como preparação para o filme, eu devorei os trabalho de H.P. Lovecraft. E fiz o elenco e a equipe também lerem alguns dos seus contos!

L: Qual seu próximo projeto? 

U: Eu tenho muitos projetos! Quem não tem? Eu vou começar a montagem do meu novo curta, Luz Natural, neste mês. É um trabalho experimental totalmente filmando sem luz artificial e com apenas dois atores em cena, conversando depois de terem transado. Definitivamente não é um filme de terror! Eu estive no Rio de Janeiro recentemente, trabalhando como assistente de direção para o meu amigo Victor Fiuza num drama social chamado Os Olhos de Cecília. Filmamos boa parte deste trabalho na favela, foi uma experiência realmente intensa. Também estou produzindo Pelos Velhos Tempos, um roteiro de Roger Monteiro, o cara que escreveu Kassandra, e que será dirigido por Pedro Barbosa.

E tem os longas. Um destes projetos é uma ficção-científica dividida em episódios, todos sobre o mesmo universo, com seis diretores diferentes (incluindo eu). O título provisório é O Fim da História. Outro projeto é O Pecado da Carne, uma adaptação da peça O Linguiceiro da Rua do Arvoredo, que por sua vez é baseada na história do primeiro serial killer brasileiro, um homem que fazia linguiça da carne das suas vítimas e as vendia para toda uma cidade no século XIX.

Ah, sim. O mesmo Roger Monteiro está tentando me convencer a fazer outro filme de terror, mas com mais violência e gore. Kiumba é o nome e é sobre uma entidade afro-brasileira que é convocada quando se quer vingança. Mas eu estou pensando sobre isso ainda...

L: Deixe uma mensagem para a comunidade DarkVeins!

U: Quero agradecer a oportunidade e de desejar que o DarkVeins cresça mais e mais. É um espaço virtual incrível. Saudações do Brasil para todos!

L: Obrigada, Ulisses! Boa sorte para você!