Paciente: Sexo feminino. Vinte anos.
Estresse pós-traumático. Alucinações visuais.
Avistamentos de um vulto, o "homem grande".
Cartas de tarô, de origem desconhecida.
Muda.
Mora só.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Crítica de Kassandra por Samuele Zaccaro


O pesquisador de cinema Samuele Zaccaro gentilmente enviou para nós um review de Kassandra. Ele tomou conhecimento do filme durante as pesquisas para um guia sobre bonecas assustadoras em filmes, que será publicado na Itália (leia mais aqui):

A crítica foi traduzida para o português. Mais abaixo, as versões originais em inglês e italiano redigidas por Zaccaro. Grazzie, amico!


KASSANDRA ***
2013, direção de Ulisses da Motta Costa. Com Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRASIL, 24min. P&B.

A jovem e bela Kassandra (Renata Stein) sofre de alucinações. Ela vive reclusa em sua própria casa e se recusa a falar. É paranoica, claustrofóbica e não gosta de multidões. Tem medo de seu vizinho que a espiona, e sua mente está obcecada por um homem gigante envelhecido e uma boneca maligna. 

Thriller psicológico com boa tensão, o filme consegue a difícil tarefa de mostrar os fantasmas e medos que se aglomeram na mente da complexa personagem principal. Ele gira em torno de sofrimentos psicológicos e simbolismos e fica na memória pela sua conclusão e pela escolha de filmar tudo em preto e branco, colocando assim a história em uma espécie de limbo temporal. Originalidade não é a sua principal força, mas o diretor demonstra ter uma mão boa e segura. O filme foi concluído graças aos recursos do Fundo Municipal de Cultura e já ganhou alguns prêmios em seu país natal. 

Curiosidade: a boneca usada no filme (uma das inúmeras obsessões e medos do protagonista) era de propriedade de uma mulher que trabalhou com a equipe do filme. Ela tinha a boneca desde a infância , mas sempre achou que ela fosse um pouco assustador*. O modelo da boneca, chamado Blá-blá , foi muito popular no Brasil na década de 1950 e 1960.

* Na verdade, a boneca era da mãe da diretora de arte Ana Gusson, dona Márcia Gusson.

Review in english:

KASSANDRA ***
2013, directed by Ulisses da Motta Costa. Starring Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRAZIL, 24min. B&W.

Young and beautiful Kassandra (Renata Stein) suffers from hallucinations. She is a recluse in her own home and refuses to speak. She is paranoid, claustrophobic and scared of crowds. She is afraid of her neighbour who is spying on her and her mind is obsessed with an ageing giant man and an evil doll. 

Psychological thriller with a good tension, the film adages to show the ghosts and fears crowding the mind of the complex main character. The film centres around psychological sufferings and symbolisms and it can be remembered for its conclusion and for the choice of filming everything in black and white thus placing the story in a sort of temporal limbo. Originality is not its main strength but the director demonstrates to have a good and assured hand. the film has been completed thanks to the funds of the Fundo municipal de Cultura and has won some awards in its country of production. 

Trivia: the doll used in the film (one of the numerous obsessions and fears of the protagonist) was owned by a woman working with the film's crew. She had had the doll since childhood but always found her to be somewhat creepy. The doll's model, called Blà-Blà, was very popular in Brasil in the 1950s and 1960s.

Recensione in italiano:

KASSANDRA ***
2013, regia di Ulisses Da Motta Costa. Con Luis Franke, Leandro Lefa, Maico Silveira, Renata Stein. BRASILE, 24í.B\N.

La bella e giovane Kassandra (Renata Stein) soffre di allucinazioni, si Ë chiusa in un efferato mutismo, Ë paranoica, soffre di claustrofobia e di agorafobia. Teme il vicino di casa, che la controlla morbosamente. Tra gli esseri che invadono la sua mente appaiono un gigantesco anziano ed una bambola malefica.

Thriller psicologico dalle buone atmosfere, riesce nel non facile compito di mostrare i fantasmi e le paure pi˘ o meno inconsce che occupano, nutrono e formano la mente e la complessa personalità della protagonista. Un film sulla sofferenza e sulla simbologia della psiche, con un finale che non si dimentica e con la scelta del bianco e nero per rendere tale storia fuori dal tempo. Non del tutto originale, Ë però diretto con mano sicura dal regista. Realizzato con il patrocinio del ìFundo municipal de Culturaî, ha ottenuto alcuni premi in patria.

Curiosità: la bambola utilizzata (che è una delle molteplici ossessioni della protagonista, nel suo mondo fatto di allucinazioni, paure, manie, sogni, incubi, realtà, passato, presente, bene e male che, in fin dei conti, sono facce della medesima medaglia del suo Io pi˘ profondo) apparteneva ad una signora dello staff. Tale balocco le era stato regalato da bambina ma le aveva sempre fatto paura per qualche arcano motivo. Era un modello molto diffuso in Brasile tra gli anni í50 e í60, detto Blà-Blà.

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