Paciente: Sexo feminino. Vinte anos.
Estresse pós-traumático. Alucinações visuais.
Avistamentos de um vulto, o "homem grande".
Cartas de tarô, de origem desconhecida.
Muda.
Mora só.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Finalizando Kassandra

Terminar um filme é sempre um processo delicado -- normalmente mais demorado que o desejado e que precisa ser trabalhado em várias frentes simultâneas. Com Kassandra não é diferente, claro. E damos um tempo nas entrevistas com elenco e equipe para falar um pouco sobre o atual estágio de desenvolvimento do nosso filme:

Montagem: Os cortes do filme foram feitos pelo premiado e requisitado Alfredo Barros. Por conta de seu envolvimento na campanha eleitoral em Porto Alegre, ele só pôde se dedicar à edição a partir de outubro. Em encontros semanais com o diretor Ulisses da Motta Costa, Alfredo encerrou a montagem no dia 18 de dezembro de 2012 (na foto abaixo, os dois após o término dos trabalhos).

Ulisses da Motta Costa (esq) e Alfredo Barros terminando a montagem

O filme foi majoritariamente montado na ilha de edição da Atama Filmes, em Porto Alegre. No total, Kassandra teve sete cortes (são oito, na verdade, mas o último tem de diferente apenas tempo a mais para os créditos). O principal desafio era dar ritmo ao vasto material filmado (cerca de 150 planos diferentes), de forma que funcionasse em termos de drama e suspense, e fazer as adaptações necessárias na narrativa (incluindo a remoção de elementos que atravancavam o desenvolvimento e a compreensão do filme). Um dos cortes chegou a ter quase meia hora de duração; agora, Kassandra tem pouco mais de 21 minutos de duração, sem os créditos finais.

Som: Desde o início do projeto, sabia-se que o som seria um dos trabalhos mais exaustivos em Kassandra. Afinal de contas, o filme quase não tem diálogos e todos os ruídos e sons precisam ser produzidos do zero. Para a tarefa, o engenheiro de som Roberto Coutinho e Leandro Lefa (um dos atores do filme que também trabalha como foley artist) têm passado os primeiros dias de janeiro dentro do Ampli Studio, em São Leopoldo, deixando a criatividade fluir. 

A primeira etapa, a gravação dos foleys (os sons cotidianos produzidos pelos personagens, como passos, por exemplo) está quase concluída. Pode parecer fácil, mas achar o som correto para cada situação é sempre um desafio -- e os pés descalços de Kassandra (para ficar apenas nos passos) requerem sons sutilmente diferentes para cada cena. A segunda etapa, a gravação de ADRs (sigla em inglês para "substituição de diálogos", ou seja, os sons de fala e respiração dos atores) começa na semana que vem, junto com a edição de som, e envolvem todo o elenco do filme. 

Música: O compositor Chico Pereira há meses coleciona referências e grava ideias para a trilha de Kassandra. Inicialmente, ele fará demos com sons sintetizados e em arranjos simples (processo atualmente em andamento). Estas músicas preliminares serão colocadas no filme para ver quais funcionam e quais precisam ser melhoradas.

A partir daí, começa a se registrar a trilha valendo. Esta demanda começará ainda em janeiro, para estar pronta em fevereiro. As sessões serão gravadas também no Ampli Studio, em São Leopoldo. Falaremos mais detalhadamente sobre trilha sonora em posts futuros.

Finalização: Os mais novos participantes da equipe de Kassandra vêm para fazer um delicado trabalho: corrigir a luz e colocar, finalmente, a imagem do filme em preto-e-branco (os planos foram registrados em cores). A colorista Lígia Tiemi Sumi, da Galo de Briga Filmes, terá este encargo: fazer a marcação de luz do curta inteiro e, a partir daí, ressaltar os contrastes entre as áreas escuras e claras de cada take. O desafio é o mesmo que a fotografia, direção de arte e figurino tiveram que enfrentar anteriormente: pensar não em termos de cor, mas apenas em termos de luz. 

Com tudo isso pronto, o que falta? Juntar todos estes elementos. E Kassandra terá nascido.


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